Saúde da Mulher

Educação em Saúde

Cuidados com a Pele

Educação em Saúde

Saúde da Mulher

Educação em Saúde

Cuidados com a Pele

Educação em Saúde

Incontinência Urinária Feminina: Causas, Tratamentos e Prevenção

Incontinência Urinária Feminina: Causas, Tratamentos e Prevenção; Saiba tudo com a médica ginecologista Fernanda Torras.

Dra Fernanda Torras

Médica especialista em menopausa e ginecologia regenerativa funcional e estética

A Doutora Fernanda Torras, CRM 130.332, é graduada em Medicina com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e pós-graduação em Mastologia e Oncoplastia Mamária na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Diferente dos outros médicos, a doutora Fernanda Torras se dedica exclusivamente aos estudos e cuidados das necessidades e queixas das mulheres no climatério (perimenopausa, menopausa e pós-menopausa) com os tratamentos mais modernos e atualizados da ginecologia e do rejuvenescimento e estética íntima.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de 5% da população brasileira sofre de incontinência urinária. A incontinência atinge 35% das mulheres acima de 40 anos e na pós-menopausa.

Incontinência Urinária Feminina

A perda de urina, muitas vezes, é encarada como algo “comum” da idade, por diversas vezes não mencionada em consultas médicas, mas, na realidade, a incontinência urinária tem um impacto negativo na qualidade de vida das mulheres.

Você perde urina ao tossir, espirrar, pegar peso ou praticar esportes?
Você sente necessidade de ir ao banheiro constantemente?
Você evita vida social e íntima por medo do constrangimento de perder xixi?

Caso sua resposta foi “sim”, provavelmente sofre de incontinência urinária.

O QUE É INCONTINÊNCIA URINÁRIA?

Incontinência urinária consiste em qualquer perda involuntária de urina. É uma doença muito comum e pode atingir homens e mulheres.

Prejudica relacionamentos pessoais, profissionais, provoca reclusão e isolamento social.

TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Segundo a Sociedade Internacional de Continência (ICS) podemos classificar essa doença em três tipos:

  • incontinência urinária de esforço
  • incontinência urinária de urgência
  • incontinência urinária mista.

A prevalência de incontinência urinária pode variar de 10-40%, podendo ser maior dependendo da idade da paciente.

Incontinência urinária de esforço

A incontinência urinária de esforço é a perda de urina mediante a algum tipo de esforço, como por exemplo: tossir, espirrar, carregar peso, pular até correr ou andar rápido e durante a relação sexual, dependendo da gravidade do caso.

Esse tipo de incontinência urinária está relacionado a alguns fatores de risco:

  • número de partos,
  • se a mulher teve parto fórceps,
  • secura da mucosa vaginal ( muito comum na pós – menopausa)
  • obesidade
  • tabagismo

Incontinência urinária de urgência

Consiste na perda de urinária precedida de urgência (vontade intensa e iminente de urinar).

BEXIGA HIPERATIVA

Bexiga hiperativa é uma doença cujo sintoma predominante é a urgência miccional.

A urgência pode estar relacionada ou não com perda de urina (escapa a urina antes de chegar ao banheiro) e daí chamamos de urge – incontinência. Além disso, a paciente pode notar um aumento das idas ao banheiro tanto durante o dia (polaciúria) quanto à noite (noctúria), prejudicando o sono. Menos frequentemente, pode apresentar perda de urina durante o sono (enurese noturna).

A bexiga hiperativa pode acometer mulheres de todas as idades, mas costuma ser mais prevalente na pós menopausa, devido a atrofia das mucosas genitais. Outros fatores de risco são: prolapso genital e bexiga neurogênica devido a doenças neurológicas (Doença de Parkinson, Alzheimer, tumores, AVC’s) e lesões na medula.

Incontinência Urinária Mista

Na incontinência urinária mista a paciente apresenta queixas de perda de urina ao esforço e de urge – incontinência. O tratamento será baseado no principal sintoma que incomoda a paciente.

Diagnóstico

Primeiramente, deve ser realizada uma consulta com a ginecologista ou a uroginecologista, que é uma ginecologista especializada em tratar doenças como incontinência urinária, e fazer um relato detalhado dos antecedentes pessoais:

– profissão da paciente , entender seu dia-a dia.

– existência de doenças crônicas como doenças cardiológicas, renais, endocrinológicas, como diabetes, pulmonares

-uso de medicações contínuas

– histórico de constipação intestinal ou incontinência fecal.

– doenças neurológicas, como Parkinson, esclerose múltipla

– Passado obstétrico: número de partos, tipo de parto, parto fórceps, se foi realizada cesárea após trabalho de parto, peso dos recém nascidos ao nascimento, intervalo entre as gestações

– Detalhes sobre ciclo menstrual, se está ou não no climatério.

– Histórico de doenças ginecológicas ou se já foi submetida a alguma cirurgia ginecológica

– Se já foi submetida a radioterapia pélvica.

Sintomas e Diagnóstico

Característica da perda de urina:

É ao esforço? Se sim, em que tipo de esforço? Caminhar, correr ou andar? A perda é em grande quantidade ou são só gotas? A perda só ocorre quando a bexiga está cheia ou mesmo imediatamente após uma ida ao banheiro a perda acontece? Quando sente vontade de urinar, precisa correr para o banheiro? Já aconteceu de perder urina antes de chegar ao banheiro. A frequência que as perdas acontecem. Se a perda acontece sem a paciente perceber, se acorda à noite para urinar, quantas vezes. Se existe algum alimento que se ingerido, piora a perda de urina. É necessário o uso de forros (absorventes) para evitar molhar a roupa íntima? Se sim, troca com muita frequência ou só usa para sair de casa? Existe perda urinária durante a relação sexual? Qual a frequência urinária ao longo do dia? Sente que a bexiga esvaziou por completo quando urina? O jato de urina é forte ou fraco? Os sintomas pioram próximo da menstruação?

Todas essas perguntas e informações ajudam a conhecer melhor a paciente e entender seus sintomas e como ela se sente em relação a eles.

Após essa conversa detalhada, vamos para o exame físico. O exame físico, muitas vezes, causa constrangimento para as pacientes com perda urinária, pois, frequentemente, elas irão, de fato, perder urina durante o exame. Nesse momento é importante acolher a paciente e explicar a importância do exame para o diagnóstico e tratamento da doença, e claro, respeitar o tempo de cada mulher.

No exame físico a paciente será pesada e seu índice de massa corporal calculado (IMC), além de ser realizado um exame físico geral. Após, é realizado o exame ginecológico com palpação de mamas e inspeção de genitália externa. Essa parte é muito importante, pois podemos notar a presença de dermatites devido ao uso constante de forros ou fraldas, presença de atrofia vulvo-vaginal (secura das mucosas), presença de prolapsos de paredes vaginais (muitas pacientes com incontinência podem apresentar), de lacerações perineais. Nesse momento pedimos para a paciente tossir ou realizar manobras para observarmos se há perda de urina ou não. Além disso, também é realizado exame especular, no qual descartamos presença de vulvovaginites, e toque vaginal.

Posteriormente a essas etapas, podemos lançar mão de uma ferramenta que nos ajuda a entender melhor ainda os sintomas das pacientes: o diário miccional

Diário miccional

O diário miccional é um registro das micções feito pela própria paciente. Por 7 dias ela vai quantificar suas idas ao banheiro até a hora de dormir, durante a noite e se houve perda ou não e também , se for possível, quantificar sua ingestão hídrica . Com o diário conseguimos inferir e entender os sintoma, principalmente no que diz respeito a polaciúria e noctúria.

O diário miccional costumar ser mais utilizado nos casos de bexiga hiperativa, mas também podemos usar em qualquer circunstância em que é necessário um aprofundamento no conhecimento dos sintomas.

Exames Subsidiários

Quando a paciente vem com queixa de perda de urina, deve-se descartar sempre infecção do trato urinário.

Infecção urinária é uma doença muito comum nas mulheres. Consiste na presença de bactérias no trato urinário, causando sintomas como ardor para urinar, dor em baixo ventre, aumento da frequência urinária, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e até. incontinência urinária.

São diversos fatores que influenciam: a uretra feminina (canal por onde sai a urina) é curta (diferente da masculina) tornando o caminho do patógeno até a bexiga mais fácil, além disso, existe uma proximidade muito grande da uretra com a vagina e região perianal, locais potencialmente contaminados com bactérias pertencentes a estes locais, mas que quando chegam na bexiga podem causar infecção. A menopausa também pode contribuir: a secura das mucosas vaginais torna a mulher mais susceptível a ter infecção urinária.

Uma vez feito o diagnóstico de infecção urinária, esta deve ser tratada adequadamente. Quando a paciente apresenta 3 episódios em 12 meses ou 2 em 6 meses, podemos considerar infecção urinária de repetição, e aí temos algumas medicações que podem ajudar ma prevenção de novos episódios.

Quando a infecção é descartada pode-se utilizar alguns outros exames subsidiários:

Teste do absorvente:

Este teste ajuda a quantificar objetivamente a perda urinária. O absorvente é pesado inicialmente e duas horas após a paciente utiliza-lo e realizar atividades como caminhar, subir e descer escadas, agachar. Esse tipo de exame auxilia muito na avaliação da efetividade do tratamento.

Estudo Urodinâmico

Estudo urodinâmico é um exame que avalia as funções vesicais e uretrais na fase de enchimento e esvaziamento da bexiga.

Recomenda-se que a paciente não tenha sintomas de infecção urinária para a realização desse exame.

O exame é dividido em 3 fases: fluxometria, cistometria e estudo miccional.

Fluxometria

A paciente inicia o exame de bexiga cheia e urina livremente. Nessa fase avalia-se a curva de fluxo da micção, a velocidade do fluxo, o volume urinado e resíduo pós-micção. E após a fluxometria, temos a cistometria.

Cistometria

Nessa fase, será passada uma sonda na uretra da paciente com duas saídas, uma delas vai medir a pressão dentro da bexiga e a outra vai infundir soro fisiológico para encher a bexiga ao longo do exame. Além disso, é passada uma sonda retal que irá medir a pressão abdominal. Todas essas aferições são importantes para entender os mecanismos de perda urinária, presença ou não de contrações involuntárias do detrusor (músculo da bexiga), sensibilidade e complacência da bexiga, capacidade máxima vesical. Durante essa fase, solicita-se, em alguns momentos, que a paciente simule tosse, realize manobras de esforço e avise quando está com muita vontade de urinar. Nesse momento vamos para terceira e última fase do exame, o estudo miccional.

Estudo Miccional

No estudo miccional a paciente vai urinar como na fluxometria, porém dessa vez, as sondas medirão as respectivas pressões durante o esvaziamento da bexiga.

É importante destacar que o estudo urodinâmico deve ser complementar a uma história clínica e exame físico detalhados.

Tratamentos Incontinência Urinária

O tratamento da incontinência urinária envolve vários aspectos e algumas diferenças a depender do tipo de incontinência.

O tratamento visa a, primordialmente, melhorar a qualidade de vida da paciente.

Medidas comportamentais

As medidas comportamentais são parte fundamental no tratamento da incontinência urinária, principalmente para aquelas com bexiga hiperativa. Cessar tabagismo e controle de peso tem um impacto positivo na melhora da perda urinária. Orientamos também algumas atitudes relacionadas à ingestão de líquidos:

– não beber grande quantidade de líquidos se vai sair de casa e/ou fazer viagens.

– em viagens longas, aproveitar as paradas para usar o banheiro, se possível.

– quando chegar a um lugar desconhecido, procurar saber onde é o banheiro mais próximo

– cessar a ingestão de líquido por volta de 3 horas antes de dormir para aquelas que apresentam noctúria.

Quanto à ingestão de alimentos: algumas comidas e bebidas podem ser irritativas para a bexiga aumentando a urgência miccional, idas ao banheiro e perdas. São eles: alimentos cítricos, bebidas à base de cola, cafeína. O álcool também pode piorar os sintomas de incontinência urinária. Ingerir com moderação esses itens é recomendado.

Melhora da secura das mucosas vaginais

A síndrome urogenital ocorre devido à diminuição dos níveis de estradiol (hormônio produzido principalmente por células dos ovários) circulante trazendo diminuição da produção de glicogênio nas camadas celulares dos tecidos da região genital (vulva, vagina, região periuretral), tornando-as mais finas e enfraquecidas. Isso pode ocorrer em diversas circunstâncias, como durante o período de amamentação, em doenças como hiperprolactinemia, no uso de algumas medicações, radioterapia nessa região para o tratamento de algumas doenças, mas é mais comum acontecer no climatério e na transição para menopausa.

Os sintomas de atrofia genital são sensação de secura na região vaginal e vulvar, com ardor, prurido e dor, dor à penetração vaginal na relação sexual e pode apresentar sintomas urinários como dor ao urinar, urgência miccional (vontade muito intensa de urinar) e piora dos sintomas de incontinência urinária. Além disso, a atrofia desses tecidos torna a pessoa mais suscetível ao aparecimento de vulvovaginites e infecção urinária.

O tratamento consiste na utilização de cremes tópicos com hormônio ou não, de acordo com a indicação de cada paciente, uso de lubrificantes no momento da penetração e também podemos lançar mão de terapias de energia, como laser vaginal com ótimos resultados.

Fisioterapia pélvica e perineal

A fisioterapia é fundamental para o tratamento adequado da incontinência urinária. A paciente deve ser avaliada pela especialista para traçar a melhor forma de abordagem.

Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso é utilizado na bexiga hiperativa. É um tratamento de longo prazo e a paciente deve estar ciente disso. O tratamento deve ser sempre prescrito por profissional da saúde capacitada e, se possível, sempre acompanhado das medidas comportamentais e fisioterapia.

Na falha do tratamento medicamentoso, nos casos de bexiga hiperativa, existe a opção da realização de toxina botulínica intravesical , procedimento na qual a paciente passa por uma cistoscopia ( uma pequena câmera é colocada na bexiga pela uretra) e a toxina é aplicada nas paredes vesical sob técnica adequada. O procedimento deve ser repetido a cada 7-9 meses.

Outra modalidade de tratamento, usado após falha dos demais tratamentos descritos acima é a neuromodulação sacral. Nesse caso são inseridos eletrodos que ficam em contatos com o nervos que controlam o funcionamento da bexiga , esses eletrodos ficam ligados a um gerador.

Tratamento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico é indicado para os casos de incontinência urinária de esforço. Atualmente utiliza-se faixas de polipropileno, um material sintético, que são colocadas na uretra média sem tensão, são os slings. A via cirúrgica será escolhida dependendo do caso de cada paciente.

EmSella

A cadeira EmSella é hoje um dos tratamentos mais modernos e com melhor resultado.

É um tratamento não cirúrgico e não invasivo para a incontinência causada por um assoalho pélvico fraco.

A cadeira emite ondas eletromagnéticas focadas de alta intensidade (HIFEM) para criar contrações supramáximas nos músculos do assoalho pélvico. Equivale a 11.000 exercícios de kegel.

As sessões duram 28 minutos, duas vezes por semana por 3 semanas, ou seja, em menos de 1 mês o tratamento está completo.

Incontinência urinária em atletas

O exercício de alta intensidade, alto impacto e prolongado pode causar incontinência urinária.

Durante atividades como musculação, crossfit e até corrida, que envolvem pulos frequentes e contrações musculares, os órgãos internos exercem pressão intensa e repetitiva na bexiga.

A pressão intra-abnominal pode alterar os mecanismos da continência devido às grandes forças trazidas ao esfíncter uretral e aos músculos pélvicos.

Os músculos do assoalho pélvico ajudam a controlar a função da bexiga e do intestino e, como outros músculos do corpo tornam-se incapazes de realizar seu trabalho de forma eficaz quando ficam fracos.

A boa notícia é que tem tratamento! É indicado buscar ajuda profissional e avaliação de um Uroginecologista, se submeter a fisioterapia (kegel) ou um tratamento mais intensivo como a EmSella.

Incontinência urinária na gestação

É muito frequente gestantes se queixarem de perda de urina e aumento da frequência urinária de dia ou durante a noite na consulta de pré-natal.

As causas de incontinência urinária na gestação não são totalmente esclarecidas. Mas sabe-se que mudanças anatômicas e hormonais levam a maior mobilidade do colo vesical, maior produção de urina, aumento do resíduo urinário dentro da bexiga, menor capacidade de vesical contribuindo para o aumento da frequência urinária , urgência miccional (vontade muito forte e repentina de urinar) e perda de urina ao esforço.

Algumas puérperas podem apresentar incontinência urinária de esforço após o parto. Geralmente este sintoma está mais relacionado às pacientes que apresentaram parto normal ou àquelas que passaram pelo trabalho de parto e foi realizada cesárea.

Bons hábitos urinários, ganho de peso adequado ao longo a gestação contribuem para prevenir sintomas. Além disso, e muito importante, são os exercícios para o assoalho pélvico com orientação da fisioterapeuta que previnem sintomas de incontinência no pós parto. Os exercícios também podem ser realizados após parto.

Gestantes que apresentam sintomas de incontinência urinária na gestação tem uma chance maior de apresentar no pós parto. Os sintomas de incontinência urinária após o parto costumam ser transitórios e durar por volta de 3 meses. Casos os sintomas persistam por mais tempo, pode ser necessário lançar mão dos tratamentos descritos acima.

Conclusão

Perder urina não é normal e tem um impacto muito negativo na qualidade de vida. Por isso, atentar-se aos sintomas e buscar tratamento é fundamental!

Veja Também: Receitas Fáceis e Deliciosas: Deixando Seu Dia-a-Dia Muito Mais Saboroso

Acesse: Viva Com Saúde Total

Incontinência Urinária Feminina: Causas, Tratamentos e Prevenção

Incontinência Urinária Feminina: Causas, Tratamentos e Prevenção
Incontinência Urinária Feminina: Causas, Tratamentos e Prevenção

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *